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Há alguns dias que não te escrevo. 
Só não te escrevo. 
Todos os dias penso em ti. E tanto.
O meu coração bate tão mais rápido quando sei que estás mais perto. Ou quando oiço a tua voz (nem que seja num vídeo). Ou quando oiço a tua mota (mesmo que não seja tua). Ou quando penso na hipótese de estares aqui á porta.
O coração aperta tanto. Mas tanto. 
Mas estou tão desiludida contigo. Estou tão triste contigo e com as tuas ações e atitudes. Não te reconheço. E não te reconhecer é ainda mais triste que toda esta situação. A desilusão sobrepõe-se ao "desgosto amoroso" de uma forma incrível. De repente, o foco deixa de ser a forma como me deixaste ou a razão pela qual o fizeste, e todos esses sentimentos passam a ser para a questão de não te conhecer. Não te ver nas atitudes que tens.
Devias parar. 
Devias parar para olhar para ti e para apreciares as tuas ações. Metes-te do lado de fora e questiona-te. Reconheces-te? É esta a pessoa que te queres ter tornado ao fim de 24 anos? Nunca fugiste. Sempre encaraste os problemas de frente. E eu sempre admirei isso. E agora foges. Quando estou á tua frente, tu foges.
Questiono-te pela pessoa que és, neste momento. Questiono-me porque francamente, nunca pensei que fosses tomar essa atitude. Sobretudo pela forma como tudo terminou. Por me teres pedido para manter a nossa amizade. 
Não é a questão de te ter perdido como namorado. Neste momento, perdi o meu melhor amigo. Perdi-te. Perdi-te e será que foi de vez? Devo fazer o meu luto?
Eras o meu melhor amigo. Eras a minha força. Eras o meu mais-que-tudo. Eras a minha pessoa. Eras a pessoa com quem ia ter e que ia ser a pessoa mais correta e acertada.
Eras a minha maior força e a minha maior fraqueza. Tão irónico.
Se fosse hoje, tinha aproveitado aquele abraço tão melhor.

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